Para a covid-19 – infecção respiratória que matou mais de 95 mil pessoas no mundo até o dia 9 de abril – se espalhar por um supermercado e infectar os clientes que circulam por seus corredores, basta um só espirro – e a pessoa nem precisa estar próxima. A dinâmica da disseminação do novo coronavírus ficou mais explícita com uma simulação em 3D produzida por pesquisadores da Finlândia.
Para produzir o vídeo, os cientistas criaram uma cena hipotética em que uma pessoa espirra em um dos corredores de uma loja que conta com sistema de ventilação. Para dar mais precisão ao estudo, três grupos de pesquisadores – da Universidade de Aalto, do Centro de Pesquisa Técnica VTT e do Instituto Meteorológico da Finlândia – fizeram a simulação separadamente. Eles usaram os mesmos parâmetros – e os resultados foram idênticos.
O vídeo da simulação feita pelos cientistas da Finlândia mostra que os clientes não precisam estar no mesmo corredor para que o espirro de um libere o coronavírus que infectará o outro. As partículas do espirro viajam pela loja e demoram vários minutos para se dissipar. A experiência dos finlandeses mostra por que o isolamento social é importante nesta fase de tentativa de contenção da pandemia: muitas vezes, uma pessoa com a doença pode nem estar tão perto, mas ainda assim infectar outras.
Evitar espaços públicos
“As partículas que carregam o vírus podem permanecer no ar por mais tempo do que se pensava inicialmente. É por isso que é importante evitar espaços públicos movimentados”, escreveram os pesquisadores. “Isso também reduz o risco de infecção pelas gotículas, que continua sendo a principal forma de transmissão do coronavírus.”
Na Finlândia, que adotou severas medidas de isolamento social, 42 pessoas haviam morrido por causa da covid-19 até esta quinta-feira (9/4). No país a proporção é de 1,61 mortes para cada 100 infectados. Apenas para efeito de comparação, o Brasil registra 5,26 mortes para cada 100 pessoas que contraíram a doença. Oficialmente, são 957 mortes no país até o momento.
Assista a seguir ao vídeo dos pesquisadores finlandeses: